Como todas elas, a pesquisa Consult é um “retrato do momento” em que se desenrola a disputa pré-eleitoral em João Pessoa. Do retrato, várias interpretações, que amos a considerar a partir de agora, certos de que o cenário não é estático, mas muito revelador.
1 – A Consult ressuscitou o ex-governador José Maranhão, que saiu abalado da decisão do TRE reprovando suas contas de campanha e colocando sob ameaça sua candidatura. Liderando com 27%, Maranhão, apesar de ter rejeição considerável (algo que será mostrado amanhã por causa do fantasma do “já ou”), mostra que tem fôlego pra disputa. Inclusive, de uma forma tal que o deputado federal Manoel Júnior, se quiser ter algum sucesso em caso de substituí-lo, não poderá prescindir do apoio do ex-governador. Ou seja, não há espaço para Manoel Júnior disputar a prefeitura de João Pessoa “rachado” com Maranhão. Se for para substituí-lo tem que ser com o ir aval e apoio do ex-governador.
2 – A Consult emperra as perspectivas senador Cícero Lucena. Cantando aos quatro mundos que já está praticamente eleito, o tucano sente na boca o gosto amargo da estagnação. Faz dois anos que Cícero, praticamente, não sai do lugar, batendo a cabeça num teto construído pelo índice de rejeição que possui. Seu patamar, com alguns pontinhos pra mais ou pra menos, é sempre 20% do eleitorado. É muito voto? É. Mas ninguém ganha com 20% apenas. É preciso ter perspectiva de crescimento. E os marqueteiros de Cícero, que já começam a se preocupar em como conquistar novas parcelas do eleitorado, sabem que ele ainda não a tem. È regra básica em disputa eleitoral. É melhor um candidato partindo do zero com chances de crescimento do que um que tem 30%, mas não tem mais para onde crescer. Chama-se do “efeito Paulo Maluf”.
3 - Neste sentido, a pesquisa Consult estimula o deputado Luciano Cartaxo, do PT. Na estimulada, ele dá sinais de que é um “bom produto”, apesar do blog ainda considerar que ele atua indolentemente, mesmo tendo um dos melhores conceitos dessa disputa: é oposição é representa verdadeiramente o “novo”. Vale registrar que na Pesquisa Espontânea Cartaxo aparece lá atrás. Já na Estimulada é o terceiro, com 10%. Significa dizer que o nome do petista ainda não enraizou-se na cabeça do eleitorado pessoense. Que só lembra dele quando alguém mostra o seu nome. Como se dissesse: “Ah, ele é bom mesmo. Eu tinha esquecido!”. Assim, para Cartaxo, já disse, quanto mais aparição, barulho e trabalho ele fizer, mais capacidade de crescimento terá. O que dificultará, inclusive, o trabalho do PSB Nacional em “afunda-lo” em troca do apoio a Haddad (PT) em São Paulo.
4 - A pesquisa Consult, sem a presença do prefeito Luciano Agra, ignora os candidatos da situação. É a oposição que detém mais de 50% da intenção de votos na Capital. A ex-secretária Estelizabel Bezerra (PSB), que foi lançada no dia 18 de janeiro pelo PSB e pelo governador Ricardo Coutinho, ainda não alcançou a casa dos dois dígitos. Em parte, por causa das instabilidades internas pela qual a seu grupo político. Se estivessem todos unidos, ela estaria um pouco mais bem posicionada. Enquanto os cacos não forem reunidos num só, e isso inclui a adesão de coração, e não apenas de boca, do prefeito Luciano Agra, Estelizabel vai continuar carregando um Titanic nas costas até junho. A Consult traz na edição deste domingo pesquisa com Luciano Agra no lugar de Estela. Deverá fazer voltar o “Volta Agra”. E isso é péssimo para o esforço feito por Estela em avançar na disputa.
5 - Candidato em faixa própria, outra opção da situação é o ex-secretário Nonato
Bandeira, que aparece com 2,2% da intenção de votos, frutos tão somente do esforço em fazer “barulho” que tem feito junto com alguns poucos aliados que ainda consideram Bandeira, apesar da consciência da impossibilidade de convencer o governador, a melhor opção para o grupo. Sem apoio do governador, nem do prefeito e sem situar sua candidatura na ala oposicionista, Nonato Bandeira tem com maior desafio situar-se na disputa. Mesmo assim, Bandeira já se coloca na frente do vereador Geraldo Amorim (PDT) e do médico Ìtalo Kumamoto (PSC), que estavam à sua frente.
6 - Pra resumir, hoje, a falta de unidade é ainda o principal adversário da situação.
Aguardemos os próximos retratos e vamos compondo o álbum da disputa eleitoral na Capital.
Radialista Sebastião Barbosa
com informações do blog Luís Tôrres
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